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ATIVISMO CLIMÁTICO CONTRA OBRAS DE ARTE

Recentemente, ganharam destaque os protestos realizados por diversos grupos de ativistas ambientais ao redor do mundo. O método consiste em vandalizar obras de arte e colar as mãos na parede. A pintura “Girassóis”, de Van Gogh, foi uma das “vítimas”, quando duas jovens despejaram sopa de tomate para reivindicar o fim do uso de combustíveis fósseis. A argumentação é a de que os poderosos se preocupam mais com obras de arte do que com a vida das pessoas prejudicadas pelas mudanças climáticas.

A causa ambiental é justa, e a Comunhão Popular já afirmou o seu compromisso com a sustentabilidade e a preservação dos biomas. Contudo, os fins não justificam os meios. Ou melhor, nesse caso: os meios são fúteis e infrutíferos. A luta desses ativistas fica no nível simbólico e adota um padrão agressivo. Ao invés de provocar atitudes reais e eficientes em favor de sua causa, a atitude desses manifestantes fomenta um ciclo de radicalização e violência mútua.

Uma das ativistas afirmou que os políticos não podem ignorar as pessoas que passam fome devido à questão climática. A mesma ativista, no entanto, disse isso após desperdiçar um purê de batatas que poderia ter alimentado uma pessoa. Ora, não seria muito mais impactante uma ação social que alimentasse os famintos enquanto denuncia esse problema? A única sensação que essas manifestações provocam é o desprezo pelo que mais parece uma birra do que uma preocupação séria.

O Papa Francisco, na “Laudato Si”, reconhece dois extremos nesse debate: um que pensa exclusivamente no mito do progresso e outro que considera que o homem só é capaz de ameaçar o ecossistema e, por isso, deve ter sua presença reduzida no planeta. Entre os dois, o Papa propõe a reflexão e o diálogo para que consigamos alcançar diferentes posições e respostas abrangentes.

Essa via, embora seja mais difícil, é a melhor. É a partir da escuta, do diálogo e da abertura ao conhecimento e à opinião do outro que podemos dar passos concretos para resolver os problemas da nossa sociedade.

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