Segundo este princípio, a família natural, fundada na união livre, amorosa, exclusiva e duradoura entre um homem e uma mulher é a célula básica da sociedade. Constitui espaço primeiro de formação da pessoa e vínculo histórico entre as gerações. Deve, pois, ser especialmente defendida e promovida como a mais fundamental de todas as comunidades humanas, a partir da qual todas as outras se desenvolvem.
Em particular, cabe à família a prioridade no processo educativo dos menores, processo com o qual deverão colaborar, de maneira firme e substancial, mas sem invasão de competências, a escola, as entidades religiosas, a sociedade e o Estado.
Diferente de muitas posturas parciais que se veem por aí, a Comunhão Popular busca fazer uma defesa ampla e integral da instituição familiar.
Por um lado, isto significa denunciar todos os males concretos e materiais que atingem a vida das famílias brasileiras, como a violência doméstica, o desemprego, a falta de moradia, a insuficiência de creches, o caos dos transportes e a fome.
Por outro lado, a defesa da família exige que ataquemos com igual veemência todas as ideologias contemporâneas que visam de alguma desfigurar a célula-mãe da sociedade, sejam aquelas que minimizam a prioridade dos pais no processo de educação dos filhos, transferindo tal primazia para o Estado, seja, por exemplo, aquelas que, em nome da igualdade de direitos civis – o que é mais do que justo -, acabam por negar as diferenças naturais, de temperamento, de sensibilidade e de corpo, entre os homens e as mulheres.
A luta pela defesa da família é hoje uma luta inglória, mas, por isso mesmo, ela é mais necessária do que nunca.
Vivemos em uma cultura do descarte, uma sociedade de consumo, na qual tudo, absolutamente tudo, é visto como um produto, uma mercadoria, que se usa enquanto é vantajoso, mas que se descarta logo depois. E o amor erótico, infelizmente, não é exceção a esse processo.
Conforme ensina o sociólogo Zygmunt Bauman, vivemos hoje uma era de redução do amor ao desejo, da vontade de cuidar à vontade de consumir. Ou seja, vemos o outro com quem nos relacionamos não como uma pessoa, alguém com quem nos comprometemos e que por isso merece o nosso sacrifício, mas apenas como um objeto, uma coisa da qual extraímos prazer de modo egoísta.
Lutar pela família é dizer um basta a tudo isso. É afirmar a importância de relações de amor sólidas e duradouras.