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Trabalhismo não é comunismo

A Comunhão Popular é um jovem movimento político de inspiração cristã, com poucos meses de existência. Apesar disso, não pretendemos reinventar a roda. Reconhecemos uma série de tradições políticas que nos inspiram. Entre elas, está o trabalhismo brasileiro.

Associado sobretudo a Getúlio Vargas, o trabalhismo tem como seu principal teórico o senador Alberto Pasqualini (1901-1960). Indignado com a injustiça contra os pobres e os trabalhadores, mas crítico duro da filosofia marxista, Pasqualini propôs uma terceira via para além do capitalismo e do comunismo. Reconhecia o direito natural à propriedade privada, mas exigia que este direito fosse subordinado às exigências do bem comum, por meio da intervenção do Estado, a quem cabe proteger os mais frágeis.

Ao fundar o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Pasqualini tomou emprestado o nome do Partido Trabalhista britânico. Seu pensamento, contudo, não era uma cópia dos ingleses. O senador, católico praticante, se baseou sobretudo na Doutrina Social da Igreja, cujos documentos sempre citava. Em “Diretrizes Fundamentais do Trabalhismo Brasileiro”, Pasqualini indicava que o PTB deveria bater-se pela “preservação do regime democrático, dos direitos fundamentais do homem e dos princípios cristãos”.

A relação entre o trabalhismo e cristianismo não ficou apenas no papel. Vargas, mesmo sem ser religioso, soube manter relações amistosas com a Igreja. João Goulart, também trabalhista, recorreu à encíclica “Mater et Magistra” para justificar a reforma agrária em seu discurso da Central do Brasil. Leonel Brizola, quando recebia a pecha de “comunista” por seus adversários, lhes respondia com a citação desta postagem.

Evidentemente, a tradição trabalhista tem suas sombras e erros, que devem ser criticados, mas isso não pode apagar suas luzes, que são muitas.

Nós, da Comunhão Popular, temos o trabalho como um de nossos valores básicos. Para nós, a economia brasileira deve conferir prioridade ao trabalho sobre o capital, às pessoas sobre as coisas, à justiça sobre o lucro. Por isso, levamos adiante a chama do ideal trabalhista!

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