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O HERÓI DA SÉ: UMA VITÓRIA DO AMOR CONTRA A INVISIBILIDADE

O dia era 04 de setembro de 2015, uma sexta-feira como todas as outras, não fosse pela história de redenção de um herói à brasileira. Na Catedral da Sé, São Paulo, uma jovem de 25 anos rezava no interior da Igreja quando foi feita de refém por um criminoso foragido. Policiais militares imediatamente foram acionados e cercaram o local, iniciando as negociações sob os olhares curiosos da multidão de populares e a cobertura da mídia para todo o país. Foi, aí, então, que o Brasil conheceu um herói improvável.

Francisco Erasmo Rodrigues de Lima, 61 anos, pai de quatro filhos, pedreiro, divorciado, alcoólatra, ex-presidiário e morador de rua, fez o que nenhum outro circunstante foi capaz de fazer. Aproximou-se imperceptivelmente da cena do crime, com a sua habitual invisibilidade. Prendeu, então, um último cigarro aos lábios e lançou-se de peito aberto contra o bandido. Entre fumaças de pólvora e nicotina, libertou a jovem moça e foi alvejado, pagando o resgate com o preço de sua própria vida.

Com efeito, ninguém dirá que Francisco foi um exemplo de quem soube viver, mas, por outro lado, ninguém sabia melhor do que ele um jeito nobre de morrer: em sacrifício, numa sexta-feira, diante da Catedral.

Nós, da Comunhão Popular, saudamos Francisco por voltar nossos olhos às pessoas em situação de rua, devolvendo esperança e empatia para nossos corações embotados. Saudamo-lo, também, por amorosamente nos coagir a reconhecer a dignidade existente em todo e qualquer homem, mesmo nos mais invisíveis, pelo simples fato de serem criaturas feitas à imagem de Deus.

Como dizia Viktor Frankl, neuropsiquiatria austríaco, sobrevivente dos campos de concentração nazista, o homem é o ser que criou as câmaras de gás, mas é ele, também, o ser que entrou nas mesmíssimas câmaras de gás ereto e com uma prece aos lábios. Sim, somos capazes do mal, de muito mal! Mas, seres morais que somos, também temos ampla capacidade para o bem. Zelar pela memória do tanto de bom que há nos brasileiros é um dos compromissos do nosso trabalho. Se você também acredita nisso, junte-se a nós!

Sob Deus e com os pobres,
A Comunhão Popular.

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