Amanhã, 20 de Novembro, comemora-se uma data muito importante, que, inclusive, é feriado em alguns estados: o Dia da Consciência Negra. Trata-se de oportunidade única para a reflexão e memória sobre as relações raciais no Brasil.
O negro é componente fundamental da formação do nosso povo. O combate à discriminação e sua inclusão nos espaços de poder são parte essencial da tomada de consciência do Brasil sobre o lugar dos pretos brasileiros como um grupo digno e heroico em nossa história.
É inegável a existência da discriminação e a exclusão do negro. Quatro séculos de trabalho escravo deixam marcas de opressão e violência que são difíceis de apagar. Não à toa, ainda hoje a população negra encontra-se nos piores níveis de acesso a direitos básicos, como saúde, educação e emprego digno. Também são os negros as maiores vítimas da violência policial.
Não devemos, no entanto, cair na instrumentalização ideológica identitária, que assimila a consciência negra no Brasil a realidades estrangeiras e que tem como principal consequência o acirramento da segregação. Em nosso país, a miscigenação esteve fortemente presente desde o princípio e a luta pela abolição e dignificação do negro teve ampla participação de gente de todas as cores.
Existe uma enorme luta a travar. Essa luta passa por ações afirmativas, voltadas especialmente para os pretos brasileiros, mas exige também a reforma na educação pública de base. É por meio da educação que será possível aos jovens negros, em sua maioria membros das classes mais desfavorecidas, disputar, em igualdade de condições, a academia, o mercado de trabalho e espaços políticos.
Por fim, a consciência negra também implica valorizar as manifestações culturais de raízes africanas, como o Samba, a Capoeira, o Reizado e outras grandes contribuições que enriquecem o patrimônio de nossa nação.
Viva Henrique Dias, Zumbi, Maria Felipa de Oliveira, Jovita Feitosa, André Rebouças, Luiz Gama, Arlindo Veiga dos Santos, João Cândido, Antonieta de Barros e tantos outros imensos brasileiros!
Sob Deus e com os pobres,
A Comunhão Popular